Breve histórico da caminhada até aqui
Tudo começou já no nascimento da IBS, em 2018. Os integrantes reuniam-se e iam percorrendo os principais problemas da cidade, sempre auxiliados por dinâmicas participativas. Por vezes, especialistas eram chamados para enriquecer a conversa. E muitos contribuíram, a exemplo de pesquisadores acadêmicos; técnicos das áreas de saneamento e meio ambiente; educadores, entre muitos outros.
Já em 2021, com a pandemia da COVID-19, os encontros foram reorganizados no formato on-line. Em cada reunião era escolhido um tema mais importante na visão do grupo, considerando-se três grandes blocos: dimensão econômica; dimensão urbano-ambiental e dimensão social. Esse recorte considerou o acumulado de discussões de anos anteriores, desde 2018.
Com base na Teoria da Mudança, cada problema era analisado em suas causas, consequências, abrangência, caminhos para superação, bem como dúvidas que precisavam ser esclarecidas para sua devida compreensão.
Em abril de 2021, por exemplo, 37 pessoas representando diversas localidades e segmentos sociais participaram dos encontros e escolheram dialogar sobre o tema Criança e adolescente. E este foi analisado em todas as suas dimensões: familiar, educacional e social. Foram mencionadas as dificuldades de transporte escolar, de acesso às aulas remotas e da falta de preparo dos professores para lidar com o ensino à distância. Também foram enfatizadas situações de vulnerabilidade social, especialmente devido a situações de violência e mesmo de falta de alimentos devido à crise econômica trazida pela pandemia. “O maior desafio para os alunos nesta pandemia é o acesso à Internet. O Estado ou o município precisa oferecer Internet para facilitar a comunicação do aluno com o professor”, destacou à época Rosa Maria Dias da Silva, presidente da Comunidade Luz Divina, presente à reunião realizada em 20/04.
Já as dificuldades trazidas pela Pandemia da COVID-19 foram especialmente discutidas pelo grupo reunido dia 22/04, que alertou para a situação de restrição de alimentar enfrentada por muitas famílias; falta de orientação adequada para a população se proteger; falta de atividades para as crianças da rede pública de ensino, entre outros problemas. Como forma de minimizar os impactos da pandemia, foi destacada a importância da ação articulada entre organizações sociais e o poder público.
A questão dos novos investimentos na cidade também foi debatida em seus vários aspectos. Márcia Cristina Alves Ferreira, da Cáritas São José e Apae, falou da importância do acesso a informações. “O próprio município, a gestão, muitas vezes não tem conhecimento sobre o que está chegando em todas as áreas e de como devemos estar preparados para receber esses investimentos”.
Já Ângela dos Santos de Jesus, do Centro Comunitário São Francisco, e Ângela Maria Santiago, da Comunidade Vila Nova, destacaram que, além da falta de informação, os investimentos revertem muito pouco em favor da comunidade.
E assim, por vários meses, os integrantes da IBS debruçaram-se com afinco na escolha e análise dos temas considerados prioritários para que Barcarena desenvolva ações que a levem a um futuro desejado por todos.
A análise foi orientada e enriquecida pela Secretaria Executiva da IBS de modo a contemplar:
- A coleta de dados para apoiar a verificação dos problemas e oportunidades;
- A identificação de soluções possíveis ou estratégias de enfrentamento de problemas
- A declaração de mudanças desejadas ou visão
- A checagem da abrangência dos problemas apontados
- A identificação de indicadores que apoiassem a narrativa da mudança
- A integração das informações e análise
- A coleta de contribuições e validação da priorização de temas de interesse para o desenvolvimento
- A elaboração de uma Matriz de riscos, Matriz de partes interessadas, Declaração de pressupostos, Composição de painel de indicadores para monitoramento e avaliação da mudança, Aprimoramento de Metas e Prazos.
Os temas selecionados foram: